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Sem concurso, INSS perdeu 40% do quadro efetivo desde 2017
Sem concurso público desde 2015, INSS tem apenas 7,8 mil servidores para analisar mais de 1,5 milhão de benefícios.
Não é de hoje que a fila de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social está grande. Como disse Moacir Lopes, presidente da Fenasps, em entrevista recente à Folha Dirigida, este é um problema que já se debate há anos.
Mas, ao que parece, nenhuma medida apresentada até hoje foi capaz de, efetivamente, sanar o problema da demora na concessão de benefícios. E agora, sem um concurso INSS, a autarquia já perdeu 40% do quadro servidores, o que agrava a situação.
Este foi o percentual de perda contado somente de 2017 para cá, segundo a diretora da Federação Nacional do Sindicato dos Trabalhadores da Previdência, Thaize Chagas Antunes, em entrevista ao programa Fantástico.
Estima-se que cerca 12 mil servidores se aposentaram desde o último edital, lançado em 2015. Ainda de acordo com a reportagem transmitida na TV Globo, o número de servidores ativos no INSS agora é de apenas 7.872.
Desses, 3.512 são peritos médicos, dos quais pouco mais de 400 voltaram a fazer atendimentos recentemente. E esses profissionais são responsáveis por darem conta da fila milionária de pedidos de benefícios.
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Vale destacar que analisar, conceder e fazer a perícia para concessão desses benefícios não é um trabalho fácil. Por se tratar de dinheiro público, é necessária uma avaliação atenta e minuciosa.
Além disso, pesa sobre o trabalho dos servidores as recorrentes tentativas de fraude (que muitas vezes são concretizadas) e o fato de que muitos são casos de extrema necessidade de saúde, como destacou o procurador da República Júlio José Araújo Júnior na reportagem do Fantástico.
“A situação que a gente vive é excepcional. Não dá para deixar para depois, porque a gente está lidando com um cenário que pode ser de vida ou morte.”
A ajuda de militares não resolveu o problema?
Quem acompanha a novela da luta pelo concurso INSS sabe que recentemente o Governo Federal adotou uma medida diferente para tentar lidar com o déficit de servidores: contratou militares da reserva e aposentados para uma força-tarefa.
Inicialmente, a ideia era chamar mais de 7 mil desses profissionais e regularizar a fila de benefícios até setembro. Prazo que depois passou a ser outubro.
Ou seja, com essa ajuda, a quantidade de benefícios que são analisados todo mês seria igual ou próxima da quantidade que entra no sistema do INSS no mesmo período. Mas a medida não saiu como esperado.
Primeiro que a contratação, de forma temporária, de militares da reserva e aposentados não era prevista na Legislação. Então o Presidente da República, Jair Bolsonaro, editou uma Medida Provisória - uma espécie de medida emergencial - que permitiu a realização do processo seletivo.
Acontece que, para continuar vigente e ter força de lei, a MP precisava ter sido aprovada pelo Poder Legislativo. Isso não aconteceu por falta de apoio no Congresso e o resultado foi: até a MP expirar, o Governo só conseguiu contratar cerca de 2,9 mil temporários.
Atualmente, segundo dados solicitados à autarquia pelo Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), a fila de benefícios está em 1.568.050 processos aguardando atendimento.
Na entrevista concedida à Folha Dirigida, um dos diretores da Fenasps, Moacir Lopes, contou que o INSS recebe, em média, 3 milhões de benefícios por mês.
“Se entram 3 milhões de benefícios e não são analisados 3 milhões com a mesma velocidade, em algum lugar a demanda vai acumular.”
Mas a quantidade reduzida de servidores e também a infraestrutura precária (internet ruim, sistema lento, agências com deficiência de recursos) tornam inviável dar conta do recado. Ainda que durante a pandemia a produtividade de muitos profissionais tenha melhorado, já que a internet de casa é muitas vezes melhor que nas próprias agências.
Concurso INSS somente a partir de 2022, diz autarquia
O último pedido de concurso encaminhado pelo INSS ao Governo Federal foi em 2018. Na ocasião, foram solicitadas 7.888 vagas nos níveis médio e superior, conforme o quadro abaixo.
Este ano a autarquia informou que não enviou uma nova demanda, porque vai realizar um redimensionamento do quadro de pessoal até 2021. Só então, um pedido de autorização para o próximo edital será encaminhado ao Ministério da Economia, de modo que ele poderá sair a partir de 2022.
Quando esse novo edital for publicado, estas deverão ser as carreiras contempladas:
TÉCNICO | ANALISTA | MÉDICO PERITO |
- Escolaridade: nível médio - Nº de vagas do último pedido: 3.984 - Remuneração: R$5.186,79 |
- Escolaridade: nível superior - Nº de vagas do último pedido: 1.692 vagas - Remuneração: R$R$7.659,87 |
- Escolaridade: nível superior em Medicina - Nº de vagas do último pedido: 2.212 - Remuneração: R$12.683,79 |
Além dessas 7 mil vagas, o INSS pediu autorização para convocar outros 2.580 aprovados do concurso de 2015, mas a validade foi expirada.
Resumo do concurso INSS
- Previsão de edital: a partir de 2022
- Carreiras: técnico, analista e perito
- Escolaridade: níveis médio e superior
- Remunerações: R$5 mil a R$12 mil
- Vagas: indefinido (último pedido era de 10 mil)
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(Foto: Victor Soares/ Previdência Social)
Um em cada quatro servidores poderá se aposentar até 2022
De acordo com o diretor Moacir Lopes, muitas das pessoas que saíram do INSS até poderiam ter trabalhado mais tempo. Mas, segundo o sindicalista, saíram em função da política adotada pelo governo, que não motivou a permanência desses servidores.
Ele também destaca que, até 2022, um em cada quatro profissionais da autarquia poderá se aposentar aumentando ainda mais o déficit.
Além da demora para o atendimento à população, o sindicalista aponta outro desafio interno: a sobrecarga dos trabalhadores. Fora isso, há ainda a questão tecnológica e de infraestrutura. O INSS, relata Maocir, trabalha com um sistema muito atrasado e precário.
“90% de serviços digitalizados, acumulando numa fila. Mas como fazer isso sem funcionários? O Meu INSS não responde plenamente às dúvidas do segurado."
Mas para o diretor da Fenasps, a possibilidade de o edital ser publicado é real. Ele lembra que o cenário político é algo incerto, mas acredita que a pressão popular pode, sim, ser um fator significativo nessa luta por concursos.
"Se não puder sair agora, sai no meio do prazo. E quem não estiver se preparando, não vai passar. Porque aumentou muito a concorrência nos concursos, por conta da demanda de trabalho. Única coisa que tenho a dizer é que tenham esperança, que estejam preparados e que lutem por isso."
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