Bancas de concursos são suspeitas de fraude em mais de 10 municípios

Polícia Civil do Piauí realiza, em conjunto com o MP, operação que cumpre mandados de prisão às bancas Instituto Machado de Assis e Crescer.

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Publicado em:21/12/2020 às 09:46
Atualizado em:21/12/2020 às 09:46

A Polícia Civil do Estado do Piauí e o Ministério Público realizam uma operação conjunta para prender responsáveis por fraudes em licitações e concursos públicos. Até o momento, duas bancas organizadoras estariam envolvidas no esquema.

De acordo com a corporação, a operação começou na manhã da última quinta-feira, 17, através da Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR).

Denominada Operação Dom Casmurro, já em sua 2ª fase, ela visa cumprir mandados de prisão preventiva expedidos contra: empresários, servidores públicos e demais integrantes do grupo criminoso que dirigia as empresas Instituto Machado de Assis e Crescer Consultorias - bancas organizadoras.

A operação, de acordo com a Polícia Civil, ocorre na cidade de Teresina. Após trabalhos e investigações, concluiu-se que as empresas e os favorecidos formavam o referido núcleo há mais de 10 anos no Piauí. Além disso, eles também atuavam em outros estados.

(Foto: Ascom/PI
Polícia Civil do PI realiza operação em esquema de fraude de bancas
(Foto: Ascom/PI

Grupo usava 'laranjas' para receber os benefícios das licitações

De acordo com a Polícia Civil, os envolvidos estavam atuando em fraude de licitações e concursos públicos - mais de uma vez, em diversos municípios. 

"Os investigadores descobriram que as licitações eram sempre direcionadas com o objetivo de contratar as duas empresas, que estavam em nome de pessoas interpostas (laranjas), mas eram operadas pelos líderes do grupo, os finais beneficiários dos recursos", disse a corporação, em nota.

Além disso, a Polícia Civil ainda cumpre mandados de sequestro contra o patrimônio dos investigados, todos esses já denunciados pelo Ministério Público. Estes, são acusados pelos crimes de: lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraude à licitações.

“Os municípios faziam licitações para contratar essas empresas. As duas sempre ganhavam essas licitações, porque eles restringiam tanto o edital que só elas venciam. Posteriormente eles faziam os editais com alguns concursos públicos beneficiando os apadrinhados”, foi o que disse o delegado responsável pelas investigações.

Instituto Machado de Assis tem histórico de polêmica em concursos

Para quem já conhece e está por dentro do noticiário dos concursos públicos, essa não é a primeira vez que o Instituto Machado de Assis está envolvido em polêmicas.

Em 2018, ele esteve envolvido na polêmica suspensão do concurso Caxias do Maranhão, que oferecia mais de mil vagas. As oportunidades eram para Saúde, Educação, Segurança e outras áreas.

O TCE suspendeu a seleção por irregularidade na contratação da banca, que manteve a aplicação das provas e travou uma briga judicial. Outro concurso que era organizado pela banca e foi suspensou: Prefeitura de Açailândia, também no Maranhão.

Até o momento, as duas bancas organizadoras citadas nas investigações não emitiram nota ou se manifestaram oficialmente sobre a operação.

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