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Entenda como a automação afeta o mercado de trabalho
Qualificação na área traz oportunidades de emprego em vários setores
Aquela realidade hollywoodiana de um futuro em que os seres humanos são dominados por robôs não chegou. No entanto, a Inteligência Artificial (tecnologia capaz de simular o raciocínio humano) já está presente em nosso cotidiano.
"Essas tecnologias permeiam cada vez mais as nossas vidas em diversos aspectos como segurança, saúde e consumo, e, isso ocorre, quer a gente perceba ou não", explica Yuri Lima, coordenador do curso de Ciência da Computação da UNIVERITAS – Centro Universitário Universus Veritas Rio de Janeiro.
Yuri dá como exemplo a utilização da Intelegência Artifical (IA) na identificação de pessoas através de câmeras de segurança. "Isso é algo que podemos nem perceber que está acontecendo, mas tem impacto imenso sobre a nossa vida em sociedade", conta.
Além disso, "temos exemplos mais visíveis como a utilização de robôs cirúrgicos em alguns hospitais ou de agentes inteligentes no atendimento aos consumidores", completa.
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A IA também está presente em pequenas ações do seu dia a dia. Aplicativos de rota, como Waze e Google Maps, utilizam dessa tecnologia. Até a própria pesquisa na internet utiliza da Inteligência Artificial para oferecer respostas que "combinam" com você.
E essas tecnologias acabam afetando o mercado de trabalho. "A 4ª Revolução Industrial traz, como as anteriores também o fizeram, um certo temor com relação ao desemprego", conta Yuri. Quanto a essa preocupação, o coordenador alerta:
"O impacto das novas tecnologias sobre o emprego será grande, mas não podemos ver a automação apenas como a substituição dos humanos pelas máquinas".
Segundo ele, na maior parte das vezes, há o deslocamento de atividades das pessoas para as máquinas. "Com isso, dificilmente teremos alguma profissão que não terá que interagir com as novas tecnologias no futuro e essas tecnologias têm, em quase sua totalidade, como base a computação", explica.
A indústria automotiva é um dos exemplos de mercado que demandam cada vez mais os robôs. De acordo com a Associação Brasileira de Automação, o avanço no setor saltou 8% entre os anos de 2017 e 2018.
Outro ponto é a mudança no modo de se trabalhar, como nas áreas de engenharia, onde a computação e automação industrial ganham cada vez mais espaço nos processos de produção. Neste caso, se torna necessário engenheiros capacitados para organizarem esses processos e otimizarem o trabalho dos robôs.
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(Foto: Pixabay)
A tecnologia em outras áreas
Yuri diz que, uma vez que a tecnologia dá suporte em algumas atividades, o profissional poderá focar seus esforços em atividades que tenham maior valor agregado. Além disso, o coordenador fala sobre a automação das profissões.
Segundo estudo realizado pelo Laboratório do Futuro da COPPE/UFRJ, no qual Yuri faz parte, 60% das pessoas empregadas no Brasil estão em ocupações que têm alto risco de automação (probabilidade de automação maior do que 70%) nas próximas décadas.
Além do impacto da tecnologia sobre o emprego, o coordenador explica como a tecnologia acaba afetando outros fatores, como o surgimento de novos tipos de trabalho que não imaginamos hoje em dia.
"Apesar de a história demonstrar que as revoluções industriais criam empregos em certos setores e destroem em outros, a mesma história nos conta que, no curto/médio prazo, muitas pessoas podem perder seus empregos até que a situação se normalize", observa.
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E como se destacar no mercado de trabalho?
"Como a tecnologia, principalmente, a computação, está cada vez mais imbricada com todos os aspectos da nossa vida, as pessoas que não possuem nenhum conhecimento sobre a tecnologia terão cada vez mais dificuldade em se destacar no mercado de trabalho", comenta o coordenador.
Com a utilização de robôs nos processos, o número de cargos voltados para a manutenção das tecnologias tende a crescer. Por isso, cada vez mais, é importante se manter atualizado. E, a área de robótica pode abrir muitas oportunidades desse tipo.
Para quem quer entrar nesse mercado, conhecimento é fundamental. O profissional capacitado tem grandes chances para conseguir vagas de emprego em setores diversos que vão desde a saúde à indústria.
Na hora da escolha de uma graduação, segundo Yuri Lima, antes de tudo, é necessário compreender o cenário tecnológico e social de maneira ampla. "Assim sendo, quem deseja atuar na robótica deve ver a qualificação em Ciência da Computação com bons olhos", ressalta.
"Essa formação permite aprender sobre temas fundamentais como: programação, gestão de projetos, Data Science, Machine Learning, Inteligência Artificial, Big Data, entre tantos outros", explica o coordenador.
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"Além disso, são estudadas questões relativas à sociedade contemporânea, como ética, sustentabilidade e empreendedorismo. Afinal, é impossível falar de novas tecnologias e robótica sem alinhar a tecnologia à realidade do mundo em que vivemos", completa.
Sobre a remuneração, Yuri afirma que a Inteligência Artificial é uma das áreas mais procuradas e bem pagas por empresas: "Pessoas que sabem atuar como desenvolvedoras de IA têm mais destaque, uma vez que, tal tecnologia insere uma característica 'humana' à máquina".
O professor e coordenador conclui, dizendo que a Inteligência Artificial faz com que a tecnologia tenha autonomia para tomar decisões estratégicas. "A exemplo, podemos citar um robô que sabe exatamente a hora certa de encaixotar produtos ou, ainda, um que interage com um ser humano com base nas preferências dele", exemplifica.
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Vale a pena fazer uma segunda graduação?
"Atualmente e, cada vez mais, no futuro, a graduação precisa ser entendida como uma primeira formação no mundo profissional que será complementada por uma série de outras formas de aprendizagem ao longo da carreira", opina o coordenador.
A partir daí, segundo ele, a escolha por uma nova graduação vai depender do nível de conhecimento que a pessoa deseja adquirir. "Para ter um conhecimento mais aplicado e pontual, existem vários cursos de curta duração até mesmo online", pontua.
E completa: "caso a pessoa deseje realmente mergulhar no mundo da tecnologia e entender a teoria que suporta esses conhecimentos mais práticos, é mais aconselhável uma pós-graduação ou até mesmo uma outra graduação na área de tecnologia".
Para os profissionais de outras áreas, o coordenador conta que a tecnologia pode ser vista como uma aliada. Ele explica que o conhecimento sobre tecnologia ajudará a identificar oportunidades para usar diferentes ferramentas no ambiente de trabalho.
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Coordenador deixa dica para profissionais
Diante do grande desafio atual de recolocação no mercado de trabalho, o coordenador diz que é preciso entender as necessidades do mercado de trabalho e buscar a formação, seja ela acadêmica ou não, para obter as habilidades em alta.
"A principal dica que podemos dar, de forma bem geral, é que as pessoas busquem entender o que está ocorrendo no mercado de trabalho e as tendências para os próximos anos para que possam planejar suas carreiras profissionais", salienta.
Com relação à preocupação com o desemprego tecnológico, Yuri sugere que as pessoas pensem nos três gargalos da tecnologia: criatividade, relação interpessoal e movimentos motores finos.
Essas são as áreas onde a tecnologia (ainda) não foi capaz de substituir o ser humano com sucesso e podem ser oportunidades para se manter ou entrar no mercado de trabalho", finaliza.
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